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O TRABALHO PÓS-COVID-19

Estamos enfrentando uma das crises mais complexas da história, as consequências econômicas já são sentidas e o Brasil já não estava no melhor cenário. Logo, não é estranho que estejamos todos ansiosos, preocupados e inseguros com a situação atual e futura da nossa economia e das mudanças que estão por vir.

É sentimento de estarmos presos no presente, sem poder planejar o futuro. Mas esse futuro irá existir e precisamos estar prontos para o novo.

Uma pesquisa feita pela Datafolha alega que 69% das pessoas acreditam que a pandemia vai impactar a atividade produtiva por muito tempo ainda. Muitos afirmam que o mundo nunca mais será o mesmo pós-COVID-19, mas ninguém consegue explicar de forma simples como será, apesar de já existirem alguns indícios.

Estamos vivenciando tempos diferentes e será interessante ver se partes desta nova normalidade, como o trabalho a distância e mobilidade reduzida, permanecerão. Muitas empresas compreenderam que a produtividade não depende das horas trabalhadas, mas sim das entregas. Isso pode abrir uma porta para substituir os funcionários integrais por freelancers ou terceirizados remotos, afinal dispomos de tecnologias que nos possibilitam esse tipo de contrato pontual por projetos específicos.

A consequência disso talvez seja uma precarização das relações pessoais, os dados mostram que 43% dos profissionais entrevistados pela revista Você S/A já preferem mesclar o escritório com o home office, o que abre mais precedentes para esse tipo de mudança no mercado.

Além disso, essa crise deixou claro para muitos trabalhadores que não se pode mais apostar todas as suas fichas na estabilidade da empresa em que se trabalha. Com isso, surgiu um movimento maior de pessoas buscando oportunidades CLT e freelancer, ao invés de trabalhar somente para uma empresa e permanecer nela por anos. Muitos acreditam que o jeito de fazer carreira mudou e a tendência é continuar aumentando esse novo modo de trabalho duplo, mas precisamos estar alertas para que a carga de trabalho não se exceda muito e aumente os riscos de problemas de saúde física e mental.

Voltando para o home office, ninguém sabe se essa nova forma de trabalhar se tornará uma imposição pelas organizações pós pandemia, mas muitas delas perceberam que o trabalho remoto não é motivo de baixa produtividade e nem falta de controle. Mas para isso acontecer, muitas coisas precisam ser levadas em conta e entre elas estão: colocar tudo o que é físico em plataformas digitais, principalmente softwares de gestão, inserir novas plataformas de interação, etc. Outro ponto de atenção será a carga de trabalho dos profissionais, muitos já relataram que estão trabalhando muito mais no home office, pois tem dificuldade de desligar estando sempre no mesmo ambiente e também perdem a noção dos dias da semana. Os líderes precisarão estar mais atentos a carga horária e ao bem-estar dos seus funcionários.

No Brasil esse novo estilo de trabalho parece que veio pra ficar, segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, 86% das empresas devem manter o trabalho remoto mesmo após a pandemia.

Essa mudança é uma previsão para os próximos anos, mas precisa ser muito bem pensada e estruturada para continuar valendo a pena para ambos os lados. Afinal de contas muitas empresas já entenderam que sem a circulação total dos funcionários, os escritórios ficam menores e isso diminui os custos de água, luz, aluguel, energia, etc. Mas e o salário? Continuará o mesmo ou incluirá as contas de internet, luz e energia da casa do empregado? É necessário também que a empresa permita que o funcionário que prefira trabalhar no escritório tenha essa opção, entendendo que cada um tem suas necessidades e particularidades e tentar suprir todas essas demandas.

Inclusive, muitos líderes enxergam o meio-termo como uma solução para o trabalho pós-COVID-19.

Outra dúvida que paira na cabeça da maioria de nós é: será que o empreendedorismo é a solução dos problemas? O fato é que o brasileiro está empreendendo, algo que é visto como reflexo da crise. Em tempos assim, é normal que as pessoas fiquem estimuladas a abrirem seus próprios negócios motivadas pela instabilidade que sentem das organizações e falta de oportunidades de crescimento. Além disso, muitos sentem que na crise há menos a perder e talvez seja o melhor momento de arriscar. Mas empreender numa economia incerta pós-COVID-19 será complicado, muito economistas afirma que o planeta enfrentará a pior recessão da história desde 1929. Precisamos nos planejar e monitorar toda e qualquer nova movimentação.

Mas, para quem segue querendo empreender, vale ficar atento a alguns pontos: ter um planejamento bem estruturado, levar em conta toda a instabilidade do momento econômico e do futuro, que é completamente incerto. Deixar de lado a ideia de que empreender te trará mais liberdade e qualidade de vida é outro ponto importante, o retorno pode demorar anos para acontecer e sua dedicação precisará ser em tempo integral.


Anote aí: os setores mais promissores são da saúde, higiene e tecnologia, mas lembre-se que atualmente consumidores buscam por experiências, produtos e serviços que tornem suas vidas mais práticas e econômicas.

As mudanças devem acontecer também nos escritórios. O conceito do open space está com seus dias contados pós-COVID-19, de certa forma a pandemia vai demandar espaços mais privados e distanciados, talvez seja o retorno das baias de trabalho. Nos EUA a grande tendência é o uso dos acrílicos de proteção entre as pessoas, chamados de “protetor de espirros”. Cartilhas já foram espalhadas para que os profissionais se adaptem às novas normas de higiene dos escritórios. Além disso, a distribuição de álcool em gel, aumento da limpeza das áreas comuns, higienização constante do sistema de ventilação e substituição de itens compartilhados são algumas das tarefas que as organizações precisaram colocar em ação para a retomada de suas atividades!


As interações também devem mudar, elevadores e salas de reunião lotadas é algo que ficou no nosso passado.

É fato que ainda veremos diferentes tentativas de declarar o fim da pandemia, mas devemos analisá-las com cuidado. Teremos que fazer perguntas fundamentais: como podemos nos ajudar e sermos úteis em um momento tão delicado? Como podemos nos sentir mais seguros? Qual a melhor maneira de nos planejarmos para uma mudança profissional? Será que é mesmo o momento de uma grande mudança? São questões que devemos nos fazer e refletir bastante antes de tomarmos qualquer decisão, é importante estarmos preparados física e emocionalmente para enfrentar tantas mudanças!


Afinal é tudo muito incerto e obscuro, ninguém sabe o que de fato vai acontecer. São apenas previsões de um futuro pós-COVID-19.

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