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Liderando na crise

Uma crise como essa que estamos vivendo levanta um alerta à todas as organizações: precisam estar preparadas para todos os tipos de cenários, inclusive os mais imprevisíveis. Os líderes e o RH têm um papel fundamental nessa questão.

Muitos profissionais perderam a confiança no futuro, no governo, nas empresas e em suas lideranças. Para resgatar isso é preciso transparência e direcionamento. Liderar em um cenário assim é desafiador, mas também uma boa oportunidade de crescimento e desenvolvimento de habilidades que talvez não fizessem parte da nossa antiga realidade.

Uma pesquisa da Harvard Business Review aponta que 70% dos funcionários se sentem mais engajados e motivados quando a liderança comunica a estratégia e os atualiza constantemente. A clareza é vista como o fator mais importante quando se trata da felicidade dos colaboradores. As pessoas esperam orientação de suas lideranças, mesmo se for explicando que não existem respostas e são apenas previsões. A comunicação é importante, isso faz com que todos se sintam fazendo parte do negócio e minimiza a sensação de cegueira diante das decisões e do caminho que os líderes estão trilhando para a empresa.

É importante que o líder deixe evidente quais são os próximos passos, mesmo não tendo todas as informações de forma clara. O essencial é dividir o que se sabe com seus funcionários, gerar uma certa segurança e sensação de que estão todos no mesmo barco e que ninguém está esquecido. As pessoas precisam de um norte para navegar, principalmente quando sua maior preocupação é a sobrevivência.

Inclusive, manter os funcionários motivados e engajados em um cenário como esse é um grande desafio. Por isso, deixar o time na mesma página é importante, isso nada mais é do que a criação de uma segurança psicológica, além de pensar em ações e programas que possam auxiliar as pessoas a lidarem melhor com o acúmulo de funções em casa, considerar momentos de relaxamento, não aumentar a carga de trabalho, etc. Hoje, é isso o que se espera de uma liderança eficiente, entender que a maior preocupação do funcionário é sobreviver, portanto ser mais humanizada, transparente e informativa é extremamente importante.

Outra pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group apresenta que, diante das previsões de baixa de crescimento em 55% das organizações do mundo, é dever dos chefes e líderes enfrentar essa instabilidade atual com pulso firme e proteger a vida, a saúde e a confiança das pessoas.

Empresas que apostam em estratégias de responsabilidade social enxergam além do problema e colhem bons frutos. Por mais que os consumidores mudem de interesses e as vendas caiam, esse tipo de estratégia conecta, inspira e motiva os colaboradores, além de aumentar a chance de obter sucesso em uma realidade como essa. Mas lembrando, elas precisam estar de acordo com os valores e o propósito da companhia.

A liderança pós-pandemia precisará ser “cabeça, coração e mão na massa”, segundo uma consultora americana. Isso será buscar soluções mais criativas, compreender que o emocional de todos está mais frágil, a confiança precisa ser resgatada e a atuação na linha de frente será essencial.

É um momento que exige coragem, afinal liderar sem saber como será o dia de amanhã é uma situação cheia vulnerabilidade. O papel dos líderes e do RH é criar um ambiente flexível, entender que envolver os empregados nas decisões que afetam suas vidas resulta em maior engajamento. Nesses momentos, quebrar as barreiras de hierarquias e ouvir o ponto de vista de todas as pessoas é uma atitude essencial. As crises costumam ser uma oportunidade de fortalecer as relações e reconstruir a confiança.

Líderes, esse é o momento de aumentar a resiliência e toda a flexibilidade possível. Enfrente essa situação como uma oportunidade de desenvolver habilidades que, em cenários comuns, não seriam trabalhadas. Seja humano, acolha seus funcionários e crie uma equipe que seja capaz de reagir de forma positiva perante mudanças tão bruscas. Um clima de colaboração, respeito e segurança se torna mais produtivo e cheio de engajamento.

Estabeleça sua forma de comunicar e esclarecer questões, evitando fofocas e ansiedade desnecessárias em sua equipe. Converse sobre decisões, dúvidas, pensamentos, abra um caminho de diálogo sincero e frequente, seja empático! Olhe o coletivo e estimule seus funcionários a fazer o mesmo, essa é uma situação onde não cabe o individualismo.

Resumindo, líderes cuidem das suas pessoas! Mantenham sim o foco nos clientes, mas observem e estejam disponíveis para sua equipe. Ajustem tudo o que precisa ser ajustado, comuniquem todas as pessoas que fazem parte disso. Se posicionem e nunca deixem ninguém sem respostas. Estejam atentos a novas oportunidades e fortaleçam seus laços, a confiança, o respeito e a infraestrutura tecnológica.

Muitos setores já estão voltando a respirar e, por mais difícil que pareça, vários líderes estão otimistas e motivados com todas as mudanças que esse cenário trouxe para o mundo como um todo. A positividade também ajuda a enfrentar momentos como esse de uma forma mais leve e confiante, seja otimista e passe isso adiante.

As mudanças e novas habilidades desenvolvidas serão bem-vindas!

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